Jovem expulsa após agredir colega que partilhou fotos nuas geradas por IA

  • 23/12/2025

Uma rapariga de 13 anos foi expulsa de uma escola no Louisiana, nos Estados Unidos, por atacar um rapaz no autocarro para a escola, que estava a partilhar imagens nuas suas geradas por Inteligência Artificial (IA).

 

As imagens começaram por ser partilhadas nas redes sociais, nomeadamente no Snapchat, onde as mensagens enviadas desaparecem segundos depois de serem visualizadas. Não eram apenas desta jovem: oito outras menores tinham imagens semelhantes fabricadas com as suas caras e ainda duas adultas.

Tudo começou no passado dia 26 de agosto, por volta das 7h00 (hora local), quando a jovem em causa ouviu os rumores das imagens a partir de rapazes na escola. 

Na altura, ainda não sabia que ela própria estava envolvida, mas duas das suas amigas tinham imagens dessas a circular. Portanto, a jovem de 13 anos decidiu ir diretamente com elas ao orientador escolar reportar o que estava a acontecer. Tendo em conta os rumores que tinham ouvido, acusaram um colega e dois rapazes de outras escolas de criar e partilhar as imagens falsas.

A escola abriu uma investigação nesse dia, mas as caraterísticas da aplicação em que as imagens eram partilhadas tornava impossível que os adultos as encontrassem numa simples pesquisa nas redes sociais. A investigação, aliás, incluiu ainda um agente da polícia local, encarregado daquela escola, que procurou as imagens - mas sem sucesso.

"Fizeram-me acreditar que isto não passavam de rumores", afirmou Joseph Daniels, o pai da menor, recordando uma conversa que teve com o orientador da escola.

Enquanto isso, a jovem e as amigas eram vítimas de bullying nos corredores da escola, onde as imagens circulavam pelos seus colegas, que apontavam e gozavam com o corpo das menores - apesar de as fotografias serem falsas.

Durante a tarde, a jovem regressou ao orientador escolar para pedir para telefonar ao pai, mas disse ter sido recusada.

Quinze minutos depois, e após um dia inteiro a ser gozada, a rapariga entrou no autocarro, apenas para se deparar com um colega a mostrar as imagens geradas por IA a um outro rapaz. Ela conseguia ver as amigas supostamente nuas no telemóvel do colega - uma teoria que uma fotografia tirada no autocarro corrobora. 

"Foi aí que fiquei zangada", contou, mais tarde, a jovem, durante uma audiência disciplinar da escola. "Passei o dia inteiro a ser vítima de bullying e a [ouvir afirmações jocosas sobre] o meu corpo", explicou.

Um vídeo do ataque mostra a rapariga a dar uma chapada ao rapaz que, inicialmente, ignorou a agressão. Por isso, ela bateu-lhe de novo e perguntou de seguida: "Porque é que sou a única a fazer isto?"

A questão funcionou como um catalisador, levando duas outras raparigas a baterem no rapaz, enquanto a jovem subia a um assento, esmurrando e pisando o colega.

"Crianças fartam-se de mentir", justificou a diretora

Três semanas depois do incidente, a rapariga foi ouvida numa audiência disciplinar para decidir o seu futuro na escola. A menor detalhou o dia inteiro, frisando que tinha pedido ajuda aos adultos competentes, mas que ninguém tinha acreditado em si.

Durante a audiência, um dos advogados da rapariga perguntou à diretora da escola, Danielle Coriell, porque é que o polícia não tinha verificado o telemóvel do rapaz que tinha sido acusado e porque é que foi permitido que ele estivesse no mesmo autocarro que a jovem.

"As crianças fartam-se de mentir", justificou Coriell. "Eles mentem sobre todo o tipo de coisas. Eles exageram as coisas todos os dias. Em 17 anos, eles fizeram-no constantemente. Por isso, que eu tenha conhecimento, às 14h00, quando eu verifiquei de novo, não havia imagens", afirmou.

Não só existiam, como dois rapazes foram acusados pela divulgação ilegal de imagens geradas por IA. Um deles, o jovem que foi agredido, conheceu as acusações no dia da audiência em causa. O outro só viria a ser acusado em dezembro.

Já a rapariga, saiu ilesa em termos legais do incidente devido à "totalidade das circunstâncias", lê-se numa nota do departamento policial local, citada pela ABC News.

Jovem foi expulsa (temporariamente) e diagnosticada com depressão

Contudo, as situações invertem-se no que toca à situação escolar. A jovem foi expulsa durante 89 dias e alocada a uma escola diferente. 

"Ela sentiu que foi vitimizada múltiplas vezes - pelas imagens e pela escola não acreditar nela e colocá-la naquele autocarro e por depois a expulsarem pelas suas ações", contou o pai da jovem.

Depois de ter sido colocada na nova escola, a menor começou a saltar refeições. Incapaz de se concentrar, acabou também por deixar lições para trás, falhando em completar os trabalhos que lhe eram dados na escola. 

Inicialmente ninguém notou, disse Daniels. "Ela meio que foi deixada para trás", até o pai a meter na terapia. A jovem foi diagnosticada com depressão e ansiedade.

E o rapaz que criou e partilhou as fotos? Não é conhecida qualquer ação disciplinar escolar contra o mesmo.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2908668/jovem-expulsa-apos-agredir-colega-que-partilhou-fotos-nuas-geradas-por-ia#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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